Olá!!!!!

Você está entrando num mundo de sensações poéticas, lembre-se, tudo o que você possa vir a sentir será de sua inteira responsabilidade.

PHOENIX

PHOENIX

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Cansaço.

Estou cansado de escrever
E de saber, que nada vai mudar
Estou cansado de saber
Que vou olhar, o mundo, e calar

E águas cansadas vão cair,
Indo embora, do resto de mim
Vão rolar como agulhas, sem fim
Fazendo meu coração, se ferir

Estou com o corpo fatigado, moído
Roto, perdido em mim, fluído
Tentando, inutilmente, sobreviver
A essa dor, torpe, querendo esquecer,

dessa fome, que vem sempre a noite
que pega as entranhas, embaraça e amarra
que se envolve, se revolve, e se agarra
gemendo tristes ais, em torpes num açoite...

Estou cansado, embriagado de solidão
Estou cansado de procurar um amor
que há tempos, pegou o trem na estação
corri, pra impedir, mas nem adeus deixou

Estou flagrado, em todas essas emoções
E fui eu quem um dia, quis vender ilusões
Como balões coloridos, achando que iam durar,
sem cuidado, ignorei que podem estourar.

Estou cansado, como não se podia ficar
Estou prostado, sem forças pra levantar
Querendo café na cama, quente, revigorante
Querendo você, quente, a todo instante.



Balada de uma tristeza, que se acha em coisas belas

Estou triste, como um palhaço que não sabe mais improvisar
Estou triste, como uma criança, que não pode mais brincar
Estou triste, como uma manhã de sol, que perdeu seu encanto
Porque com o calor que se excedeu, fez pegar fogo em todo canto.

Estou com os olhos prontos para marejar
Como ondas azuis de um mar, que está poluido
Como a praia com um sol que não pára de brilhar
como num deserto, seco e sem vida... perdido 

Estou assim, como não se deve estar, por querer mais do que se pode ter
Estou assim, porque simplesmente esqueci, que se pode parar e absorver
Uma lágrima, perdida, quando se está assim, de certa forma, pronta pra rolar.
Estou, assim, triste, como pássaro que olha o céu, azul, e não aguenta mais voar

Escritor

Bebida na mesa...
O escritor, se serve
Bebida, ali, servida,
E o escritor, não escreve!

Está estancado o assunto
A vontade, está dilatada
Mas toda a verve, virou defunto
E a vontade, ali, exacerbada

A bebida está ali, 
pra consolar o escritor
que se sente destruir
não sabe sentir tanta dor.


Então, ele não escreve mais
quer muito, tem tanta vontade
que sente todos os gritos dos ais
sente, as letras que lhe ardem,

mas não consegue transfigurar
do carretel de linha que não desenrola
para o papel, não consegue a figura...
da estória, parou a engrenagem da roda

Ele, não consegue... olhos vermelhos
Também,  não consegue dormir,
Com tanta dor, e  simplesmente não veio
nenhuma frase, boa que coubesse ali.

Ele olha o papel em branco,
É como uma mulher, pedindo
para que ele a ame, desafiando,
instigando, sensual, se abrindo...

O cheiro do cigarro apagado, 
O faz ascender outro cigarro,
Papel, fácil de desembrulhar
Como estória boa de se contar.

Está ali, aquele pobre escritor
Que não consegue escrever
Porque não sabe sentir tanta dor
Do adeus, torto, que acabou de sofrer


Tenho Medo!


Quero seguir, adiante...
Mas tenho medo!
Quero ir, desafiante
Mas, temo o enredo,

que possa ser essa nova história
que possa virar essa rapsódia
quem pode me negar, que o barco não vai virar?
quem vai dizer que o porto seguro está além desse mar?

Quero ir, seguir adiante nessa bifurcação
Quero seguir, mudando a direção,
E ver outras paisagens, outras vidas,
E ver, enfim, outra de mim, menos perdida.

mas quem pode me garantir, que não vou me machucar?
quem confirma, que há garantias no final do caminho, pra eu pegar
quem garante, que as coisas, vão dar certo, e que o sol vai aparecer
quem garante, que não precisa de guarda-chuva, que não vai chover?

Quero muito seguir  adiante,
Perder toda essa desconfiança
de que o mundo, pode dar esperança
pra que eu me torne, menos farsante,

mas como ter certezas, nesse mar turvo,
de que não vou sofrer, num breve futuro?
como ter certeza, de que não terei pesadelo,
quero mudar, irreversivelmente, mas tenho medo.




Ninguém, Que Ali Está!

Toda dia eu acordo,
Deixo o dia entrar...
Pra ninguém....
Que está ao meu lado, dormindo

Toda noite, no mesmo lugar...
Toda noite, ninguém, está ali
Pra baixar o volume...
Reclamar que eu não amo...

Toda noite, tudo está no mesmo lugar,
Os olhos deixam o dia entrar, pra mim
Pra que eu não veja ninguém
Aquele ninguém que não conta novidades

Eu abro os olhos, e deixo ninguém entrar
Pra mim, pra me fazer feliz...e deixo os sonhos
Acordarem, indo pra longe de mim...

Eu olho, tudo de longe, estando ao lado,
De tudo... estou longe, estando dentro de tudo...
Por mais que eu tente... vou... entrando mais
Como carro sem freio... vou me achatar num muro de solidão

E ninguém pra estar ali, 
Pra poder me acolher,
Pra poder dizer, coisas confortáveis
E ao menos, tentar devolver, meu alguém, 
morto nesse acidente!

(Inspirada na música: Pra Ninguém de Nila Branco, antes cantada por Capital Inicial)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Boca de Mulher!

Veio a mim
esse vêio, sem fim
de prazer intenso
nos teus olhos...imenso

 


Veio a mim assim!

quente...
presente...

veio assim,
como quem... nada quer
veio, sem fim
pedindo-me beijos de mulher...

Dei, olhos de menina
Boca de assassina
rompendo-me a ânsia
de romper a distância

Veio...ahhhsssiiimm!
perdido na léguas,
encontrado, em mim
sabendo: não há tréguas.

Nos olhos arrebatadores
Vejo risos, sinto odores...
Um corpo extenuado...
e outro extasiado

 
entregues, aos poucos, derreter
Deleitados do corpo
um do outro...
embebidos de prazer

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Sem lirismo

Hoje estou pouco poeta! Muito humano,
Quero teu olhar em mim, mundano
Não quero o fino licor da letra,
Quero o fino licor de tuas besteiras
Ditas ao pé do ouvido...lambido...
Quero tremer com tuas mãos em mim
Quero tremer com tua voz... assim...
quero tua carne quente e molhada
querendo cada vez mais, ser saciada
quero tua fome, para comer, ser devorada...
Não quero letras nem papel... nem poemas
Não quero sofreres injustos, nem dilemas
Quero te sorver os sonhos, os mais sujos
Quero te arrebatar, com meu corpo, impuro
Quero te mover pra frente de mim, em seu olhar,
Sem nenhum lirismo, nem poesia, quero te estravazar! 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Mais um Carnaval














E lá vem mais um carnaval...
Mais uma carne sem igual
Pululando, sem reservas
Puluando, sem tréguas.

E lá vem, mais um canaval,
Mais sorrisos, desfiles e tal
Mais sonhos de identidade amoral
Mais preces, num desfile pontual...

E o mundo?
Jorra sangue,
E o mundo?
Que se estanque.

Arrebentados pelas misérias
Quando surge dias de festas
Então, é como tirar férias
De tudo aquilo que não presta!

Mas as pragas do mundo, que nos fazem mal,
Perdidas dentro de copos de tequila e sal,
Com samba, suor, cerveja e nú frontal
se esquecem... e lá vem, mais um carnaval.


domingo, 14 de fevereiro de 2010

... Enquanto isso...

...Enquanto isso estou aqui
Só, comigo e meus pensamentos,
impuros, queria ter alguém, sim
mas não esse da maneira que está aqui.
Queria alguém, mas não só em meus filamentos.
... enquanto isso, aquele corpo inerte, dorme
enquanto isso, o meu corpo verte, me consome
queria alguém sim, mas não só para querer,
e não o queria somente para para ver, 
queria alguém, pra mim, alguém com alma
alguém sem fim, alguém que me tivesse com calma...
enquanto isso, a vida, aquela que eu julgo minha
se vai, esvaindo-se como fumaça, perdendo sua sina
vai... vai...e enquanto isso, fico, com minha alma, que me assassina.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

METADES DUM POETA

(por: Wilson R.)



É o poeta metade paz, metade guerra;
metade dor, metade festa;
metade boa e outra que não presta.

É o poeta metade sonho, metade chão;
metade doença, metade cura;
metade suja e outra metade que é pura.

E, se almeja o coração a vida e a liberdade,
os pulsos imploram a navalha
e os pés almejam o grilhão.

E, se a alegria lhe é mãe,
a melancolia é sua amante
e o pranto, seu irmão.

Metade lágrima feliz, metade riso triste.
Lutador cabisbaixo de punhos em riste,

Ah!, o poeta...
Um monte de metades
dum todo
onde sempre falta
uma parte.