Olá!!!!!

Você está entrando num mundo de sensações poéticas, lembre-se, tudo o que você possa vir a sentir será de sua inteira responsabilidade.

PHOENIX

PHOENIX

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Arpões

Tenho arpões me fincando
Como fiéis cães,
protegendo o dono
me rasgando o sono.

Tenho o coração sangrando
adoecendo, caindo, se entregando
Meus olhos perderam aquele fogo
agora só arde o adeus, seco e fosco

Tenho a dor das lacunas dos olhares
Tenho a revolta de todos os mares
O passar das horas, em um vazio
profundo, parvo e perdido

A cor dos meus olhos
está como o escuro do medo
Estagnados como um segredo
precisando de colo

Tenho a mim, na minha dor
a mim, um ser perdido no desejo
de metamorfoses de alguma cor
de metamorfoses, de todos os medos

Mas, não há um novo lugar
não há uma solidão pra deixar
Só dois arpões que me pinçam
me estancam, e me fincam...

Patrícia Hakkak

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Luto de Viúva

Houve talvez um anjo
Houve talvez uma dor
Que me segurou, sangrando
Que eu disse adeus, em flor

Houve uma nuvem branca
Leve como algodão
Houve um tempo...lembrança
Houve um tempo...temporão

Mas um anjo morreu
E eu, sem anjo e sem orfeu
Fiquei com olhos de chuva
Em dia frio, em luto de viúva

Patrícia Hakkak