Tenho arpões me fincando
Como fiéis cães,
protegendo o dono
me rasgando o sono.
Tenho o coração sangrando
adoecendo, caindo, se entregando
Meus olhos perderam aquele fogo
agora só arde o adeus, seco e fosco
Tenho a dor das lacunas dos olhares
Tenho a revolta de todos os mares
O passar das horas, em um vazio
profundo, parvo e perdido
A cor dos meus olhos
está como o escuro do medo
Estagnados como um segredo
precisando de colo
Tenho a mim, na minha dor
a mim, um ser perdido no desejo
de metamorfoses de alguma cor
de metamorfoses, de todos os medos
Mas, não há um novo lugar
não há uma solidão pra deixar
Só dois arpões que me pinçam
me estancam, e me fincam...
Patrícia Hakkak
2 comentários:
Saio do teu blog com a sensação de que ainda há poesia na blogosfera...
Além disso aprendi muito na interessante barra lateral.
Grato e
Parabéns.
Abraço fraterno
tudo azul, tudo encaracolado, seus veros me fizeram pensar no labirinto do ser. Não sei porquê, ou sei.Masas palavras são mesmo uma viagem, as suas pelo mar.
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