Olá!!!!!

Você está entrando num mundo de sensações poéticas, lembre-se, tudo o que você possa vir a sentir será de sua inteira responsabilidade.

PHOENIX

PHOENIX

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Sr. Natal


Era então de novo o tal o senhor Natal, batendo à minha porta, vinha de novo me cobrar, a conta que eu não tinha pago no ano passado. 
Era ele, e não tinha como negar, tinha que fazê-lo entrar... o Sr. Natal!
Ele veio com um cântico, que de tão doce, quase fico com diabetes, veio com umas lamúrias, que precisei fazer um esforço, para lembrar-me de que se tratava de uma festa, me veio com um sermão, que me senti na própria basílica de são pedro, ele me veio, então com olhos de quem pede presente, que me senti de vermelho e barbado...
Daí não entendi, uma coisa não combina com a outra, ou é festa pagã, ou é festa cristã,  mas aí me disse então o sr Natal, com olhos de cristal, são os dois, as explicações sempre se deixa pra depois!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Gestos


E veio até mim... vieram suas mãos, acompanhadas daquele sorrisos, que combinavam com seus olhos, mas estavam nervosas, aquelas pernas, não sabiam muito bem o que faziam, e a porta da casa, ali, como a perguntar, e agora, o que vais fazer? Entendia a pergunta, mas me olhava tão profundamente, que emudecia-se tudo, até o barulho da rua!
Então, ouviu algo, do lado de fora da porta, e aí lembrou que era só uma visita, formal, que tinha que ir embora, porque afinal, quem de direito, estava prestes a entrar.
Olhou, seu sorriso, não consegiui atrevessar sequer os dentes.
Pegou seu casaco. 
Saiu.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Estação





 






Deixei seu coração
Naquele banco,
Daquela estação...
Deixei ele, vermelho...
Esquecido, grande, vazio
E ao mesmo tempo...cheio...
Mas não o esqueci,
Como fiz pareceer... o vi
E sofri, por deixar ele ali...
E ele ficou...e eu... fui 

Sozinha...


Porém, ao deixar seu coração
Nunca me veio tão forte sua palpitação
Nunca, a tua presença, me marcou tanto,
Nunca você, me foi tão forte, como a um santo.
Em que se deixa a imagem, mas se leva a fé...
Nunca, alguém me falou tanto ao meu âmago...
Nunca alguém, me preencheu tanto a razão...


Quanto a você... anjo da santa sé,
Perdido, e, talvez, esquecido numa estação...
Está, estancado e definido dentro da minha pulsação!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Um Poema Para Marcelo

(sub-titulo: O escritor)


Eu era só novidade...
Vi em mim, minha cidade
meu ser, era o estar ali...
meu ser, era estar... e fim.


Mas eu que me escrevi
Nestas linhas imaturas
Nem sequer eu as li
Nem sequer senti tuas fraturas


Porque aquilo era eu...
No fundo do fundo da minha alma
Lavada do desejo de não ser eu ali...
Mas estava sorrindo a todos dali...


Era eu sim... o escritor
Era eu sim... aquela dor
Era eu... todo fogo que arde
Toda a essência que invade ...


Era eu... naquele dia,
naquele minuto preciso...
Com aquele livro...
Guardando em mim, mais um ser... vivo!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Houve...


Houve um "não houve" de coisas...
Existiu, uma inexistência de ações
Houve uma fraquesa de forças
Existiu, uma ruptura de razões...

Existiu até um adeus...
Logo seguido de um olá
E tudo continuou, nos olhos teus
Da mesma maneira que está...

Mas nada está, como se quer estar
Nada está, da forma que se pensa ficar,
E teu olhar, pode não observar
Mas nada que ainda há, vai continuar...

Lamento... é o que sinto
Um grande lamento por tudo
É sempre triste o que é finito
É sempre uma espécie de luto

Haverá talvez um dia
Em que tudo será igual
Um raio perdido de alegria
Um sol perdido no temporal

Haverá, sempre há...
Algum sorriso, escondido
Naquele dia, que um dia surgirá
Sem sofrimento, ficando até bonito.

domingo, 6 de setembro de 2009

Achados & perdidos.

Marcelo Nocelli (em seu sarau em santana, tel: 3467-6160), visite seu site:  mnocelli@uol.com.br  muito bom!


Embora esteja numa página de poemas é um conto... e esse não é meu, é de um escritor com livro já editado, contos premiados, enfim, um expert na arte de escrever...
"quem sabe um dia chego lá também"! Boa leitura...


Conto


Achados & Perdidos.


Eu nunca achei nada. É nunca encontrei nada. Na minha família todo mundo já achou alguma coisa. Minha irmã já achou dinheiro na rua, minha mãe já achou corrente de ouro, carteira, cartão telefônico e até cartão de crédito. Até meu pai já achou coisas nesta vida: corrente de ouro, livro em banco de praça. Meu pai também já achou que eu era veado. Hoje ele não acha mais isso. Hoje ele acha que eu sou vagabundo.


Eu nunca achei nada. Nunca achei dinheiro na rua. Nunca achei uma faculdade ou curso que me interessasse. Nunca achei emprego e nunca achei uma namorada decente.


Desde criança é assim. E pior que não achar nada, é ser sempre achado. Imaginem o sofrimento que era pra mim uma simples brincadeira de esconde-esconde.


É... Sempre fui achado. A polícia já achou que eu era maconheiro, ladrão... Meus vizinhos acham que eu sou mal-elemento. Meu pai, como disse acha que sou vagabundo, e minha mãe acha que eu sou um coitado. E eu, não acho nada.


E mesmo quando achava alguma coisa. Achava errado. Tempos atrás, uma garota lá do bairro, que já saiu com todos os meus amigos e inimigos disse que achava que estava grávida. Esperando um filho meu. Eu achava que não poderia ser meu. A mulher saiu com todo mundo. E não é que era. DNA e tudo. Naquele dia achei que eu estava fodido. Mas não. Achei errado mais uma vez. O menino já está com cinco anos. É um garoto esperto. A mãe não me cobra nada. E posso vê-lo quando quero. Acho que está tudo bem. Melhor não achar nada por enquanto. Acho que a mãe dele gosta de mim. Mas acho que ela acha que eu não seria um bom marido, talvez nem um bom pai. Acho que ela pensa isso porque eu nunca achei um emprego, conseqüentemente nunca tenho dinheiro pra nada, e um homem sem dinheiro, para uma mulher, não vale nada.


Ela arranjou um outro cara. Estão morando juntos. E por isso meu pai agora acha que eu sou corno. Mas eu não acho isso, nunca tivemos um relacionamento. Foi apenas uma transa. Eu acho.


Durante muito tempo fiquei achando que realmente não daria em nada. Que minha vida era fútil, que nunca acharia nada pra fazer... Mas de uns tempos pra cá, comecei a me interessar por poesia. E agora estou achando que sou poeta e meu pai continua achando que eu sou um vagabundo.

Marcelo Nocelli
(também escritor do Livro "O ESPÚRIO")

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

vinho


vinho
vinho... vermelho paixão
vinho... seco sertão...
vinho... molhado desejo...
... do teu beijo...
em suspiros, na nuca
em suspiros... e nunca...
perder o sabor do tinto
escorrendo boca a dentro...
como um sortido fomento...
de tudo... do teu e do meu...
mundo

sábado, 29 de agosto de 2009

Pequenique de Domingo

O que houve?
Talvez um domingo perdido?
Em mim... ou em você... como pôde?
Estou como um tapete...estendido... rendido...
Perdido no mundo de mim, que fiz de você
Perdido, achei, a ilusão de te querer...
A ilusão, dum domingo ensolarado
Um pequenique num parque, toalha no gramado...
E momentos tão agradáveis quanto um banho de sol...


Mas você... se foi
Se foi o pequenique... o sol
Fiquei pra depois,
Me perdi na luz do teu farol....


O que houve?
Talvez um domingo perdido?
A ilusão, dum domingo ensolarado
Mas você... Como pôde?...


Então... Choveu no domingo
O pequenique ficou perdido,
Molhado como eu... rendido.