Olá!!!!!

Você está entrando num mundo de sensações poéticas, lembre-se, tudo o que você possa vir a sentir será de sua inteira responsabilidade.

PHOENIX

PHOENIX

sábado, 27 de janeiro de 2007

E Se Deus Não Existisse?


E se Deus não existisse?
Como seria então
Com quem afagar a dor no coração?
Como seria para segurar o fardo
Como seria para lavar a farda
Suja da vida diária, que todos vestem?

Como seria rezar?
Rezar pra quê,
Estaríamos sós
Seria você por você.

E então teríamos que perceber
Que não dá pra parar
Não dá pra olhar pra trás
E culpar forças divinas por tudo

Teríamos que tirar o eterno luto
Por mortes que inventamos
Teríamos que lutar
sem mentir, algo que ainda...
...não tentamos...

E se não existisse nada
além daqui?
Como seria para chorar
Chorar pra quê, ou pra quem
O que seria o mal, ou o bem?

Se nada existisse
Seríamos mais fortes
Desenharíamos um Norte
Ou estríamos a mercê da sorte?

Mas que sorte?
Se agora ela sería nós
Fazendo nossas próprias ações
Respondendo pelos próprios atos
Deixando de se esquivar, como ratos

Seria melhor?
Porque se entendería
O ser como humano
Não como ser mundano

E capaz, eloqüentemente capaz
De fazer tudo o que faz
De fazer a guerra
De cultivar e destruir a Terra...

Teríamos opinião?
Ou não?
Diríamos: Foi Deus que quis assim,
Ou foi bem feito pra mim?

Que espécie de ser seríamos?
Melhores, mais inteligentes
Mais humanos e benevolentes?

Mas pra quê?
Se a Ira do Senhor
Já não recairía mais
Nem em mim, nem em você?

Poderíamos matar
mentir
esquartejar
unir, unjir
Afinal,
sería cada um por si

E talvez mais sinceros
Não sorríriamos,
para nossos vizinhos
de bancos de missa
se a pessoa não fosse submissa

Pra quê?
Também não existiriam mais celebrações
E as igrejas dariam ótimos restaurantes,
onde se comeriam finas iguarias
ou ainda dariam ótimos salões
onde se dançariam
com o pecado como acompanhante,

E as preces...
Iriam se elevar pra quem?
Pra mim, pra você?
Ou pra ninguém?

Seríam só frases ditas ao vento
Que se comportariam
como rebentos
esquecidos à porta de qualquer convento!
Que também não existiriam!

E então? Como sería?

Como sería saber
que nascemos e somos o que somos
e só!
sem distinção
sem cor, sem coração
sem credo, sem oração

Seríamos rivais,
ou seríamos iguais,
Não brigaríamos mais?...

Talvez não existisse o talvez
A ciência estaria bem mais solta
as pessoas sofreriam menos
não teríam tanta culpa
apenas por querer
Apenas por não poder ser...
o que já não somos!

Ora pensamos
Ora divagamos
Que o céu é finito
Mas que ele é infinito

Que dá pra contar as estrelas
Que dá pra tocar a lua
Mas que Deus mora lá
E lá, não se pode chegar!

É tudo muito confuso
É tudo muito nublado
É tudo muito escuro
E também muito claro,
claridade demais, cega
na escuridão, nada se pega!

Como sería então?
Trevas no coração,
óculos escuros para o clarão
da vida nova que iria se abrir,
oração para um novo horizonte
que iríamos infrigir?

Sería algo sem dúvidas
Sería um mar de incertezas
Sería o sonho de viúvas
Sería volúpias postas na mesa

Ou

Sería claro e óbvio
Sería como um tiro
reto e sóbrio
sem mentiras
sem conto de fadas
sem o tudo, sem o nada?

Sería tudo mais simples?

Como sería então,
Se Deus simplesmente,
Não existisse?

Mas e Ele, o grande ser?
Existe?

Será?

Será que eu posso?
Entrar, em sua vida?
e não sei!

Será que eu devo
continuar nesta investida?
e já cansei?

Será que de repente
Você não é assim
tão inatingível a mim?

Será que choro uma mar
de lágrimas de águas doces
e não sei por não provar?

Será?

Será que a felicidade
me bate,
mas pela dor
só sinto seu ardor?

Será que de repente
Você não está assim
tão ausente...

Será, que será
complacente
com meu olhar

Será?

Será que também
posso contar com você
vindo pra cá, só me ver?

E será tudo isso,
que eu não saiba
e esteja sofrendo à toa?

Assim perdendo o tempo
pensando em você
ao invés de simplesmente
te ter?

Questões!

O que será de mim, assim
estar perdido era o que eu mais temia
estar sem rumo era o que mais previa!
e agora, coração rendido, que faço?
e agora, que faço com meu destino?
Mas será que ele é meu?
Ou dei para você tudo que eu quis
Tudo o que quis ser,
Tudo que quis viver
Tudo o que quis saber...
Será que ele é meu?
Esse vento no meu rosto
Essa água sem gosto
Que serve pra manter a vida!
Mas que vida, que é mantida
Sempre com despedidas
Sempre com lágrimas vespertinas
Que apontam e vão,
porque não devem aparecer.
Nunca e principalmente pra você!
Pra que, se sempre teu sorriso é mudo
Sua boca é surda, seus braços são nulos
Porque afinal você não está aqui!
É como vento que se sente
Mas não se vê!
Como a chuva que molha
Mas que mal se olha, e já se seca!
É como vapor
quente... mas que foge pelo ar!
É como ter coração, e não saber amar!
É assim como uma doce ignorância
Dum lindo sorriso de criança.
Pra que querer
Se o que se quer,
Não se pode ter...
Então, pra quê?...

Sem explicação

É algo que não se explica
que não se entende
que não se diz
que não se permite...
...mas que se sente
que fere como faca
que é lindo como...
teus olhos
é feio como ódio
viciante como ópio
sem graça como o óbvio
e se sente tão profundo
que dá calor
que dá frio
que dá medo
de se quebrar o espelho
mágico da ilusão
que não se tem mais
que nunca existiu, mas
que nunca foi esquecido
nunca foi extinguido!
É como olhar o mundo por ele
e ver o mundo reflexo que se quer!
É! São várias coisas!
São várias pessoas
e todas
presas em mim...
sem saber o que fazer
de ti!